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25/10/2016

Explicando depressão para minha mãe em uma conversa

Explicando depressão para minha mãe, em uma conversa...


Mamãe, a minha depressão é meta morfa. Um dia é pequena como um vaga-lume na palma de um urso, no próximo dia, é o urso. Nessas dias, eu finjo de morta até que o urso me deixe em paz. Eu chamo os dias ruins de Dias Sombrios. Mamãe diz: "tente acender velas" Quando eu vejo uma vela, eu vejo o lampejo de uma igreja. A cintilação das chamas, faíscas de uma memoria mais nova que o meio dia. Eu estou ao lado de seu caixão aberto, é o momento que eu aprendo, que todo pessoa que eu conhecerei, algum dia morrerá. Além disso, mamãe, não tenho medo do escuro. Talvez isso seja parte do problema. Mamãe diz: "eu pensei que o problema fosse que você não consegue sair da cama" Não consigo. A ansiedade me mantém refém dentro de minha casa, dentro de minha cabeça. Mamãe diz "de onde veio a ansiedade?" A ansiedade é o primo visitando de outra cidade, a depressão se sente obrigada a trazer para festa. Mamãe, eu sou a festa! Só que eu sou uma festa na qual eu não quero estar! Mamãe diz: "porque você não tenta ir a festas de verdade? Ver seus amigos" Claro, eu faço planos, eu faço planos mas não quero ir. Faço planos porque sei que eu deveria querer ir, só que não é muito divertido se divertir quando você não quer se divertir, mamãe. Sabe mamãe, cada noite a insonia me pega em seus braços, me mergulha na cozinha, no pequeno brilho da luz do fogão. A insonia tem esse jeito romântico de fazer a lua parecer a companhia perfeita. Mamãe diz: "tente contar ovelhas" Mas minha mente só consegue contar motivos para ficar acordada. Então, eu saio para caminhar mas minhas rótulas balbuciantes tinindo como colheres de prata seguradas por braços fortes em pulsos soltos, elas soam no meu ouvido como desajeitados sinos de igreja, me lembrando que sou sonambula, em um oceano de felicidade, no qual eu não consigo me batizar. Mamãe diz: "felicidade é uma decisão" Mas minha felicidade é tão vazia, quanto um ovo picado, minha felicidade é uma febre que vai ceder. Mamãe diz que sou muito boa em criar algo do nada, e então abruptamente me pergunta se tenho medo de morrer. NÃO! Eu tenho medo de viver! Mamãe eu sou sozinha. Eu acho que aprendi quando papai partiu, como transformar a raiva em solidão, a solidão em ocupação. Então, quando eu lhe digo que tenho estado super ocupada ultimamente, quero dizer que eu tenho caído no sono assistindo esportes no sofá, para não ter que confrontar o lado vazio da cama. Mas, minha depressão sempre me arrasta de volta para minha cama. Até que os meus ossos sejam fosseis esquecidos de um esqueleto em uma cidade submersa. Minha boca um quintal ósseo de dentes, quebrados por se morderem. O oco auditório do meu peito, desfalece com ecos de batimentos de um coração, mas eu sou uma turista despreocupada aqui, eu nunca saberei realmente todos os lugares que estive. Mamãe continua não entendendo. Mamãe, você não consegue ver? Que eu não consigo também.

(Fonte)


08/09/2016

Como é doloroso ser mulher...

Desde pequena nunca vi vantagem alguma em nascer mulher.
As bonecas eram sempre iguais, todos os brinquedos eram rosa e sem graça, enquanto os de meninos eram sempre "radicais".

Meus pais, ao perceberem minha frustração, começaram a me dar brinquedos masculinos, e eu adorava!
Até ficar adolescente, e ser recriminada.
Até a menstruação vir.
Até a exigência por namoradinhos começar.
Mas, ai de mim não ser recatada!
Menina tem que estudar!
Menina tem que achar um homem rico!
Menina tem que...

São coisas assim que sempre ouvimos.

Hoje, aos 21 anos, trabalho em uma empresa onde sou a única mulher. E, além disso, tenho um cargo, consideravelmente importante, onde várias decisões dependem de mim.
Mas, é um ramo onde predomina a presença do homem. Ou seja, o preconceito é persistente.
Isso dói.

Recebo menos que meu companheiro, que não trabalha um terço do que eu trabalho.
Os homens que eram pra me obedecer, se recusam.
Os clientes homens, se acham no direito de me maltratar.
A implicância de sexo frágil e menos inteligente é recorrente.
A desvalorização é exorbitante.
O reconhecimento inexistente.

Às vezes, é tão difícil continuar.
Lutar pra ser diferente.
Mas, tem dias que não há força pra tentar.

Como é doloroso ser mulher, em um mundo de homens!

19/07/2016

Não quero ser mãe!!

"É preciso respeitar mulheres que não querem ter filhos" Pitty




Começo o texto pedindo o essencial: respeito.

Não, nem toda mulher quer ser mãe, nasceu pra ser mãe, ou sequer está pronta para ser.
É impressionante a quantidade de pessoas que insistem em achar isso "um absurdo", mas o número está diminuindo. Ainda bem.

Quando pequena eu gostava de brincar de boneca, mas existiam outros tipos de brincadeiras que me atraiam mais, como: barbie, a boneca que tinha mil e uma profissões; fingir ser uma professora, igual a da escola; dirigir meu carrinho de policia, nossa, como eu amava!; brincar com o apache do playmobil, que herdei do meu pai, aquilo era demais; jogar bola; policia e ladrão... eram tantas coisas.
E nessa, fui crescendo, desejando ser independente.. estudar, ter uma carreira, entrar em um relacionamento, ser bem sucedida... e o pensando de ser mãe, até hoje, não veio, não com a certeza.
Adoro crianças, adoro brincar, mas, não acho que seja pra mim ser mãe. Não agora. Quem sabe daqui à alguns anos? Ou não, ainda existem os tais dos sobrinhos. <3



O fato é que: a mulher pode não estar pronta, pode não querer, é simples. Mas as cobranças nunca deixam de vir!
As pessoas sempre cobram faculdade, carreira, casamento, e filhos. Se você tem um relacionamento de longa data então "MEU DEUS, VOCÊS AINDA NÃO TIVEREM FILHOS?". Ué.
Enquanto algumas viram mães mais cedo, outras simplesmente não querem, optaram por deixar pra mais tarde, ou não querem mesmo. Mas, a cobrança sempre está ali. Até pra quem virou mãe cedo, "mas já???". E, ainda existe o papo de que ser mãe muda a gente, nos faz melhor. Pode até ser, mas, cabe a mulher decidir se mudará sendo mãe, ou de outra forma.
E aquela velha história de "tenha um filho, pois quando você envelhecer, não terá ninguém pra lhe cuidar". Mas, as pessoas não tem filhos para serem suas babás no futuro, ou para não serem sozinhas... Ou tem? Por que, isso é egoísmo.
Mas, pois é, se ouve de tudo!



Uma mulher tem todo o direito de escolher se terá ou não um filho, ou ainda, qual a melhor hora para ter.
A pressão de "não, vocês devem ter um bebê já porque vocês são jovens" não deve persistir. Existe tantas grávidas de 40 e tantos anos por aí, felizes da vida por terem seu tempo respeitado, por terem engravidado por vontade própria e não por pressão da sociedade. E, do outro lado, tem mulheres da mesma idade realizadas sem terem filhos.

O mundo para uma mulher deve ser mais que ser mãe. Ser a reprodutora.
Uma mulher pode ser bem sucedida, realizada, sem filhos. Ou tendo filhos mais tarde. Indiferente, só depende dela, da vontade de ser ou não mãe.

E, cabe a sociedade respeitar o tempo, e a vontade dela como mulher. Sem julgamentos!


17/02/2016

Quem sou eu?



De alguns dias pra cá, não me reconheço mais.
E, é isso que tenho me perguntado, quem sou eu? Onde está o meu eu? Mas, eu não sei responder.
Eu estou diferente, meus medos me invadem, são medos novos, velhos, insegurança, e me torno a cada dia um alguém sem coragem. É, sem coragem.
Não, eu não consigo me aproximar, não consigo falar.
Minhas mãos tremem. Meu peito acelera.
O que é isso?
Me falta coragem.
Atos simples, se tornam cada vez mais impossíveis.
Mal consigo dizer um 'bom dia', quem dirá um 'boa tarde', um 'boa noite' então, nem pensar...
Eu me desacostumei a socializar.
Mas, o que tem a ver? 
Tem a ver que, eu não me reconheço, pois não era assim.
Então, quem sou? Quem é essa pessoa incapaz de falar?
Pra onde foi o meu outro eu?
Eu não nasci assim, o mundo fez isso de mim.
Mas por que? Por que não consigo falar?
Por que ao chegar perto de alguém, o mundo parece acelerar?
O que há de errado?
Socorro, minha cabeça está uma confusão!
E, eu não sei onde estou, ou quem sou.
Ou sequer, pra onde fui, pra onde me escondi.
Mas, que confusão!
E eu aqui, nessa solidão.

08/01/2016

+ Educação, - Buzina

Querido diário,


Fui ver os valores de habilitação essa semana, e me espantei.
Hoje você paga cerca de R$2.500,00 numa cnh a/b. Mas, o pior nem é isso. 
Dai me veio uma reflexão.

Quer dizer, você gasta uma quantia significativa pra aprender a dirigir, aprender as leis de trânsito, aprender a fazer tudo certo. Mas, você vai e faz tudo certinho, até o momento em que a sonhada habilitação chega em suas mãos.
Depois disso, você perde toda a grana que investiu, para re-aprender a dirigir com os outros.

Ué, como assim?

Bom, no cfc você aprende que, algumas faixas são específicas pra direção que você toma. Só que, fulano do carro do lado me ensinou como ser espertão. É só ir na faixa do outro lado, porque anda mais rápido. E depois, é só cortar pro lado!
Hoje mesmo presenciei isso.
Eu na direita, o cara na esquerda, mas ele ia entrar à direita e sem seta. Quase bateu em mim, não conseguiu e teve que fazer dois retornos, e mais 4 faróis. Quis cortar caminho, teve que refazer tudo, mais os retornos, uau, espero que ele tenha entendido o porque daquelas flechinhas do chão.

Porém, ai me vem mais um aprendizado distorcido, creio que um dos mais cometidos. A seta. Dar seta pra que, não é mesmo? O outro que adivinhe pra onde vou! É tão simples!
Ou você só da a seta, depois de já ter embicado o carro pra fazer a conversão. Ué, pelo menos dei seta. Todo mundo faz isso, dãhr!

O que me lembra da ultrapassagem. Tem placa dizendo que não pode, é perigoso. Ah, mas dá tempo. E, nem tá vindo ninguém. Da pra ir, é rápidinho!
Mas, ops, tem uma moto na direita. Opa! Pera aí, na direita? Mas não tá errado não? Só que, olha lá aquela dúzia de carro fechando a esquerda.

Ih, alí na frente tem radar! Limite é 60 km/h? Diminui pra 40 km/h! O limite é 40 km/h? Diminui pra 20! Andar nessa velocidade a via toda? Nem pensar!
Tem gente na frente? É só colar na traseira dessa lesma, que tá me atrapalhando. E seguir acima!

A rotatória? Ah, a rotatória é preferência do mais esperto! O outro moscou, eu fui. 
Mas o cruzamento? Quem for mais rápido passa! Deu tempo, eu acelero.
Mas e aquele folgado querendo estacionar? Ah, vai demorar e me atrasar! Borá buzinar e gritar!

Nossa. Que confusão!

Me perguntei quantos ainda lembram o que é certo ou não. Daquelas aulinhas chatas, sonolentas. E aquela grana? Ah, que roubo! Aprendo tudo sozinho! É só fazer igual o pessoal da rua.

Porque, esperto mesmo é quem só compra cnh, as aulinhas não valem de nada mesmo. 
Continua copiando os amigos da rua, tá tudo certo mesmo, viu.
Lei de trânsito é coisa de careta. Blargh!

Moral da historia:
Hoje eu meto a mão na buzina, porque não consigo acertar sua cara.
Mas quem sabe, um dia não precisarei disso?!
Valoriza teu suado dinheirinho e honra tuas calças sendo gentil no trânsito.
Lei não é enfeite no código não, é pra usar, varias e varias vezes que não gasta!
E o melhor de tudo, é de graça!

Aos moços, um recado, aprende com as moças! <3